São tantos porquês...

Quem é vivo sempre aparece...
Cá estou eu!
Sabe aqueles dias em que tudo esta indo maravilhosamente bem, mas alguma coisa tem de acontecer pra te deixar lá em baixo? Hoje foi assim!!!
Como já havia comentando estou aprendo muito (em todos os aspectos) desde que comecei a trabalhar/estagiar em um hospital... Essa semana fui para U.T.I, ao mesmo tempo que queria ir, pois aprenderia bastante, estava receosa por que já sabia que o clima lá era pesado.
E hoje aconteceu uma coisa que me deixou bem mal... Um dos “meus pacientes” sofreu uma parada cardíaca! Justamente aquele paciente com quem tive mais empatia.
Foi difícil! Estava entrando na U.T.I e quando olhei para o lado o vi rodeado de médicos e enfermeiros... um já estava fazendo massagem cardíaca, outro vinha puxando o desfibrilador pelo meio do corredor...
Não quis esperar lá para ver o final daquilo tudo, mais que rápido dei meia volta e sai de lá!
Porem uma agonia tomou conta de mim... um sentimento de impossibilidade.
Única coisa que consegui fazer na hora foi chorar. Só isso me aliviou.
Mais tarde pedi para que outra estagiaria fosse ate lá me trazer noticias dele... e a noticia não foi das melhores – “Ele ainda esta vivo, mas a enfermeira me disse que de hoje ele não passa”.
Como ouvir aquilo me fez mal... passei o dia pensando em como somos pequenos... nos apegamos a tantas coisas que se pensarmos bem são desnecessárias, damos valor a tantas coisas quando a única coisa que realmente nos interessa é a vida! Tantas pessoas com a vida toda pela frente, com “saúde de ferro” não sabe dar valor a vida que tem... quantas pessoas próximas a mim sai pra balada bebe a noite inteira e volta pra casa dirigindo, quantas pessoas são capazes de tirar a vida de uma outra pessoa por um tênnis, as vezes ate menos que isso... Por que nos humanos somos assim, só damos valor às coisas quando perdemos ou estamos prestes a perder??? São tantos porquês que não saem da cabeça!
Foi chocante, percebi que não estou preparada para mexer com a morte. Nunca tive contato com ela!
Na minha família a única perda que tive ate hoje foi a do meu avó materno quando eu ainda era uma garotinha, nem me lembro direito. Depois isso graças a Deus nunca mais perdi alguém próximo.
Apesar do sofrimento estou gostando muito de vivenciar o dia a dia em um hospital... Realmente tenho aprendido muito nesse ultimo mês... aprendi que quero ser uma profissional comprometida de verdade e que não quero seguir alguns exemplos que vivenciei, de profissionais da saúde pouquíssimos comprometidos com seus pacientes, tive a certeza de que amo o que faço e que quando fazemos por amor as coisas realmente dão certo, aprendi que meus problemas são minúsculos quando comparados ao de outras pessoas e que tendo saúde e força de vontade sou capaz de tudo basta correr atrás, aprendi que família não é apenas nossa base é também nossa estrutura, aquela que nos deixa mais firme em dias de tempestades...