quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Lições da vida...


A mais ou menos duas semanas pra cá minha vida tem ficado mais corrida que nunca, chego em casa super cansada... nem as baladinha, festinhas e bagunças com os amigos ultimamente tem me animado muito.
Ta bem corrido meu ultimo estagio da faculdade...
Já me peguei pensando porque fui deixar justamente o estagio no hospital para ser o ultimo, por que não o fiz primeiro? Assim já teria acabado a “tortura”.
Porem começo a ver que realmente as coisas não acontecem por acaso em nossas vidas.
Percebi que realmente temos que agradecer a Deus todos os dias pela nossa saúde, família, etc.
Gente é impressionante como reclamos da vida de “barriga cheia”, temos o principal de tudo a saúde, sei que parece meio clichê falar isso, mas to vendo que tendo-a podemos fazer qualquer coisa! Basta termos força de vontade e correr atrás de nossos ideais.
Esta sendo uma lição de vida ficar todos os dias 06 horas dentro daquele hospital, vendo crianças, jovens, idosos lutando pela saúde e pela vida. Lutam bravamente por uma coisa que temos e não sabemos dar valor...
Quando entro na U.T.I e vejo todas aquelas pessoas em estado crítico, que podem perder a qualquer momento o que há de mais preciso a VIDA, agradeço a Deus por ter a minha.
Sem falar nas pessoas que são “abandonadas” no hospital, nunca recebem uma visita se quer de um familiar, ninguém nem para saber se ainda se mantém vivo ou já morreu.
É triste!
Um lugar onde nunca esta vazio, seja dia de semana, final de semana, feriado... sempre tem alguém lá com a possibilidade de não voltar mais para casa.
Pensando nisso tudo lembrei-me de uma crônica que o Pedro Bial escreveu:

“Assisti a algumas imagens do velório do Bussunda, quando os colegas do Casseta & Planeta deram seus depoimentos.
Parecia que a qualquer instante iria estourar uma piada.
Estava tudo sério demais, faltava a esculhambação, a zombaria, a desestruturação da cena. Mas nada acontecia ali de risível, era só dor e perplexidade, que é mesmo o que a morte causa em todos os que ficam.
A verdade é que não havia nada a acrescentar no roteiro: a morte, por si só, é uma piada pronta. Morrer é ridículo.
Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre.
Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente? Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer. A troco?
Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu. Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente. De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis. Qual é? Morrer é um clichê.
Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas.
Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira. Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu.
Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer.
Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas e mulheres magras e morre num sábado de manhã. Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito. Isso é para ser levado a sério? Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo. Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas.
Ok, hora de descansar em paz. Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz.
Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas.
Morrer é um exagero.
E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas. Só que esta não tem graça.
Por isso viva tudo que há para viver.
Não se apegue às coisas pequenas e inúteis da vida.
Perdoe sempre.”


“Morrer é duro. Sempre senti que a recompensa final dos mortos é não morrer nunca mais!”
Friedrich Nietzsche

É isso ai, vamos dar mais valor a vida, saude, familia e a tudo que temos... Pois muitos dariam tudo para ter apenas 1/3 do que voce tem!

3 comentários:

Curare disse...

Tb acho triste.
Detesto hospital, pq me da sensação de abandono.
Beijos querida, e vamos sim dar mais valor a vida. E pedir a Deus que façamos por onde merecer ela.

Bárbara Lemos disse...

Não consigo gostar dos textos do Bial e, muito menos, de textos com cunho de livro de auto-ajuda.
Seria isso um defeito?

Bem, cada um, cada um.
E a vida vai seguindo.
Risos.

Beijo meu.

By Ana D disse...

A imagem do post é forte, e o texto, depois, me fez pensar tanto...Ás vezes é necessario a gente refletir sobre vida/morte...enfim...tocante viu ?